[Vem comigo] Dylan Dog #1

O personagem italiano Dylan Dog volta a ser publicado no Brasil após 11 anos.

A Lorentz é a quinta editora a trazer Dylan Dog pro Brasil (claro que você quer saber quais foram as outras, né: Record, com 11 edições de 1991-93; Globo, 1 história, 1993; Conrad, 6 edições, de 2001-02; Mythos, 40 edições, de 2002-06).

A essas 57 edições (em que pelo menos duas histórias se repetem, “O despertar dos mortos-vivos” e “O retorno do Monstro”, que saíram na Record e na Conrad), se juntam histórias curtas publicadas em Tex e os aventureiros (Mythos, 6 edições, de 2005-06) e Fumetti – O melhor dos quadrinhos italianos (Globo, 1993), além de duas edições especiais pela Record, Dylan Dog e Martin Mystère (1992) e Incubus (1993).

Como última informação nerd colecionista, tem um segundo encontro entre Martin Mystère e Dylan Dog publicado em Tex e os aventureiros – Edição especial (Mythos, 2006).

Em sua nova encarnação, Dylan Dog será trimestral, em formato italiano, papel de qualidade, capa cartão, tradutor experiente (Júlio Schneider, tradutor de diversos títulos Bonelli, inclusive das edições da Mythos), preço camarada (R$ 16). A Lorentz (vou dedicar um parágrafo a ela, já vai) diz que a continuidade da série além de 3 edições depende das vendas. Ou seja, só em 2018 saberemos se vamos ter ainda Dylan Dog (ou presidente) no Brasil.

Pelo que entendi, a editora é formada por 3 sócios com o mesmo Lorentz de sobrenome (Maria Geci, Lubiana e Adriano) e foi fundada pela paixão dessas pessoas pelo personagem. É mais um caso de editora de fã, como a Ink Blood em parceria com a Cultura e quadrinhos (da Mestres do terror e Calafrio), ou a New Order (editora de RPG que publicou as HQs do Arquivo x em 2016).

Tá, maneiro. Mas e sobre “Retorno ao crepúsculo”, história do gibi deste ano?

Boa parte dos elementos que me fazem gostar de Dylan Dog estão aqui: o suspense, a pseudociência, as referências visuais e literárias. O traço é realista, caso típico da Bonelli, porém, a montagem da página é um pouco menos comportada que o padrão da editora italiana, fugindo várias vezes da grade de 6 quadros (2 colunas e 3 tiras).

Tiziano Sclavi, criador do personagem e o roteirista desta história, usou o artifício da história dentro da história, para trazer borgianamente um conto nunca escrito de Edgar Allan Poe para a trama, a continuação de “The facts in the case of Mr. Valdemar“. As referências se estabilizam coerentemente na história, não é um caso de citação pela carteirada de erudição.

Tudo na história se torna a realidade que se desfaz e refaz o tempo todo, como em um sonho. Nessa brecha, Sclavi introduz suspense, corpos em putrefação, hipnose, desastre marinho, incêndio.

Tenho a impressão de que quem gosta do personagem, vai curtir a história; quem não conhece, tem uma boa oportunidade aqui de ver se gosta ou não, pois exceção da pouca participação de Groucho (o assistente cômico de Dylan), todos os elementos que formam a mitologia do personagem estão em “Retorno ao crepúsculo”.

Resta aguardar agora até julho ou agosto, quando sai a segunda edição.

Publicado por lielson

Francisco Beltrão (1980) - Curitiba (2000) - São Paulo (2011) - Salvador (2017) - São Gonçalo (2018) - Santa Maria (2019).

4 comentários em “[Vem comigo] Dylan Dog #1

  1. Comparando com as edições de Dylan Dog de outras editoras , essa edição deste ano de 2017 é a melhor de todas, tem um belo tratamento gráfico por 16 reais, está muito bom, recomendadíssimo.

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