A revista New York Stories, do NY Times, tá cheia de quadrinhos e online.
O jornal colocou seu time de repórteres da editoria Metro (responsável por cobrir as notícias da cidade) pra coletar histórias com os nova-iorquinos e chamou 12 quadrinistas pra transformá-las em quadrinhos.

Vai no link aqui e leia tudo (tem uns gifs animados muito massa na página de abertura). OU aqui tem história a história:

Windows gazers, de Bill Bragg (baseado em texto de Andy Newman e Cassi Feldman)
História sem palavras com um ponto de vista fixo na maior parte do tempo. Parece até um quadrinho do OuBaPo.

An amiable child, de Robert G. Fresson (a partir de texto de Corey Kilgannon)
Uso de cor narrativo, com a primeira ~página~ parecendo inspiração em Chris Ware (mas acho que na verdade todo o quadrinho deve às tiras de jornal do começo do século 20, tanto em cor, traço , quanto distribuição de quadros)

Twin Flames, de Tillie Walden (texto original de Michael Wilson)
Daquelas grandes histórias que às vezes o jornalismo cavoca, com interessantíssima variação de grade de página e traço fluido.

Hot fun, de Wesley Allsbrook (a partir de texto de David Gonzalez)
São poucas ilustrações realistas, com uma manipulação da cor pra obter um efeito sinestésico. Uma história de sensações. Me gusta.

Missing, de Bianca Bagnarelli (texto original de Andy Newman)
O cachorro fujão Bailey e sua dona correndo pra lá e pra cá pra encontrá-lo. A grade larga usa bem o espaço da tela.

Terror and mystery, de Sammy Harkham (baseado em texto de Michael Wilson)
O autor desta história já foi publicado no Brasil (O pobre marinheiro, Balão editorial, 2013; recomendo). Aqui, usa grandes blocos de texto com imagens da cidade pra contar sobre um assassinato acontecido no 11 de setembro de 2001.

The laid-back break-in, de K. L. Ricks (a partir de Michael Wilson)
Grade fixa com cores ~desfocadas~ pra essa história sobre um hóspede inesperado e tecnologia. Quase todo o texto é de troca de mensagens no celular.

View Finder, de Tom Gauld (baseado em texto de Andy Newman)
Tom Gauld segue inédito no Brasil (o que é lamentável) e trabalha esse quadrinho sobre a falta que as janelas fazem com seus típicos personagens ícones, grade irregular, mas bem quadradinha.

Birdmen of Queens, de Andrew Rae (a partir de texto de Emily S. Rueb)
A longa história sobre contrabando de pássaros chama a atenção pelas cores chapadas e pelo texto vir de um narrador personagem.

Enemies among us, de Francesco Francavilla (baseado em trabalho de Andy Newman)
Conhecido por aqui por ter desenhado Demolidor, Francavilla constrói a narrativa quase espelhada: quadros largos abrem e fecham a história, quadros pequenos até chegar ao meio, que usa um painel aberto grande de Nova York com quadros circulares e novamente quadros pequenos.

Fake notes, de David Mazzucchelli (a partir de Michael Wilson)
MAZZUCCHA, do sempre recomendável Asterios Polyp, narra a história que, com exceção de um quadro, só mostra mãos e objetos pra contar sobre falsificadores de dinheiro.