[1, 2, 3… já!] Oficinas na Bienal de Quadrinhos de Curitiba

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Cuttlas, de Calpurnio (Zarabatana, 2012)

Oficina virtual de quadrinhos potenciais

Coluna para difundir e motivar atividades Oulipo-oubapianas, em que todos possam participar enviando suas produções a partir das proposições.

E aí, gente, como vocês estão? Beleza? Meio parado aqui, né? Malz aê, esse ano vem sendo de assentamentos: trampo novo, casa nova, estado novo. E muitas viagens. PELO MENOS a última foi para a Bienal de Quadrinhos de Curitiba e pude (pudemos, Lielson e eu), colocar as mãos na massa, ou melhor, colocar outros com a mão na massa em duas oficinas oubapianas. 

Dessa vez, chamamos de Oficinas de quadrinhos para quem não sabe desenhar. Foi importante determinar assim, no título, um público que se sentiria potencialmente excluído de uma oficina de quadrinhos. Ora, bolas, quadrinho não é basicamente feito com desenho? Sim e não: há quadrinhos feitos só de colagens, de copia e cola, até de letras. Mas, também, era uma chance de misturar elementos de desenho básico em que justamente o fato de ser praticamente indiscernível um bonequinho do outro criava um efeito específico quadrinho.

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Essas colagens do Key Imaguire expostas na Bienal, gente!

Assim, partimos de uma apresentação do Cuttlas, do Calpurnio (desenho aí da abertura da página). Logo na primeira página, o fator bonequinho é que causa o efeito cômico: não apenas por emular o “mal desenhado”, mas porque fica difícil discernir os personagens, gerando um quiproquó. O quiproquó nem é percebido pelo leitor até que o próprio Cuttlas, personagem, o enuncia. Outros elementos de confusão foram gerados ao longo desse faroeste em palitinhos.

 

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Alguém desenhou o Cuttlas numa parede curitibana. Não fui eu, juro!

O primeiro exercício da oficina foi, portanto, criar uma história confusa. Se possível, inspirada em historinhas conhecidas, como Chapeuzinho Vermelho, Édipo, o mito de Anfitrião…

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Produção do Bruno
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Historinha do Guilherme Smee
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Quem é meu pai? Do Jonathan
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O candidato, da Eunice
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Zezinho?

Assim, com um primeiro exercício, os participantes já descobriram que era muito possível fazer quadrinho “sem saber desenhar”, usando apenas elementos básicos e repetitivos.

Na oficina com grupo de crianças, aplicamos ainda o exercício da iteração, de que já falei aqui (e aqui). Com apenas um desenho, elas tinham que fazer uma tira.

Valentina, 12 anos, apaixonada pelas coisas do espaço, criou essa história em balões: ao mesmo tempo quadros e balões do desenho, tanto momentos diferentes da história ou a coexistência desses três momentos em universos paralelos?

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A partir das histórias de Le Parleur, de François Ayroles, pedimos a elas para criar histórias com pictogramas, sem usar texto.

A Amanda, de 14 anos, transportou os pictogramas para o quadro da história, fazendo essa história assim.

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Na oficina para adultos, fizemos um trabalho de expansão a partir desses dois quadros do Chris Ware.

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Infelizmente, o tempo era pouquinho, pois a etapa seguinte seria uma nova expansão de cada história por outra pessoa do grupo.

Bem, era isso por enquanto. Só essa breve notícia. E você, vai tentar fazer algum desses exercícios? Vamos lá?

1,

2,

3

 

já!

Manda aí pra balburdeio@gmail.com. Te aguardo.

***

Falando em Oubapo, o Jão deu essa entrevista ao Pipoca&Nanquim e o Daniel Lopes aproveitou para falar dessas criações sob restrições. Aliás, Jão está com um Catarse bem massa de projeto bem oubapiano.

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Parafuso 0, do Jão

 

Mais produções da oficina:

 

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Publicado por mckamiquase

Maria Clara Ramos Carneiro on ResearchGate https://orcid.org/0000-0003-2332-1109

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