[Teteia Pura] Bora recolher os Grampos

Mais um ano, mais um Grampo, mais dor de cabeça pra hierarquizar os gibis, mas lágrima ferventes de arrependimento meses depois escorrendo da vontade de ter colocado alguns em outras posições. Vamos a mais um texto da (minha) lista do (nosso) prêmio.

Angola Janga – Esse não foi difícil. Marcelo D’Salete sempre entrega o tipo de gibi que entra automaticamente pra uma penca de lista de melhores do ano. Angola Janga (Veneta) tem tanta coisa a favor que o primeiro lugar era quase que obrigatório.

Aqui – Outra escolha bem fácil. De vez em quando eu passo por uma fase de não querer ler gibi nenhum. Acho tudo chato. De repente, aparece um gibi que te dá tesão na mídia outra vez. Aqui foi um caso desses. Eu me senti feliz quando acabou. Não por que o gibi acabou, mas porque foi tão bom. É o tipo de gibi que te põe no sufoco na hora de escolher uma posição.

Meu Amigo Dahmer – Fiquei felizão que a Darkside publicou isso por aqui. Acho uma história bem complexa, não só pela questão da figura do Dahmer, mas porque o objetivo (que o autor alcança com sucesso) é mostrar também como o cara afetava a vida das pessoas ao redor. O autor conhecia um dos serial killers mais notórios da história, cacilda. Como não contar uma experiência dessas? Impossível não colocar na lista.

Um Pequeno Assassinato – Um tiro certo da Pipoca e Nanquim e uma puta história de terror por Alan Moore e Oscar Zárate. Ignorar uma publicação dessa seria um pequeno assassinato (RÁAAAAAAAAAAAAAAA-HAHAHAHAHAHA!). Histórias de terror que entrem nas minhas listas tendem a conseguir boas posições, então, tava pau a pau com Dahmer.

Bulevar dos Sonhos Partidos – Tranquilo uma das melhores publicações do ano. Puta roteiro, puta arte. Todavia já mostra a que veio. Amo essa estética anos 20/30, e isso somado a um enredo sobre os bastidores das animações garantiram o lugar do Bulevar na minha lista. E, se você também gosta desse estilo, já deu um bizu num jogo pra Xbox One chamado Cuphead? Fica a dica.

Alho Poró – Alho Poró foi desses que fez eu me arrepender. Se eu montasse a lista hoje, colocaria ele numa posição mais perto do topo. Tudo é certo nesse gibi. O ritmo, os diálogos, o jeito que a Bianca Pinheiro segura a trama, a diversificação nas técnicas de ilustração, tudo o que a história não entrega… é mais um gibi que atesta a competência e a versatilidade da autora. Adoro esse gibi.

Paciência – Amo o Daniel Clowes, então, seria improvável que uma publicação dele não entrasse na lista. Paciência ganhou uma edição linda pela Nemo, que entrou pro grupo de editoras que “arriscam” trazer o cara pra cá. Só isso já vale aplausos.

Sem Dó – O tamanho e uma rápida folheada no Sem Dó já são o suficiente pra chamar a atenção. Mas daí você vê aquelas pranchas com atenção, a pluralidade de soluções narrativas engenhosas e o subtexto na imagem e fica deslumbrado com o gibi. Esse eu também me bati pra ver em que posição eu ia colocar.

Linha do Trem – Eu adoro essas tiras do Raphael Salimena e a Draco ter isso publicado em forma física faz um bem danado pro gênero humor brasileiro nas HQs. Coloquei na lista porque gosto demais e porque acho que merece mais atenção.

 

Akira – Só o fato de uma editora ter FINALMENTE conseguido negociar esse treco pra republicar por aqui já merece uma posição na lista (sem contar que a edição tá exemplar). Todo mundo tava de olho nesse filé e a JBC abocanhou.