
o jogo da literatura, conceito de MC com realização de Henrique Carneiro
Oficina virtual de quadrinhos potenciais
Coluna para difundir e motivar atividades Oulipo-oubapianas, em que todos possam participar enviando suas produções a partir das proposições.
Pequeno histórico do Oubapo no Brasil
Em 2009, ano da França no Brasil, colaborei na organização do evento Oulipo + Oplepo + Oblipo: o jogo da literatura: quatro autores membros do Ouvroir de la littérature potentielle (Hervé Le Tellier, Jacques Jouet, Jacques Roubaud e Marcel Bénabou) e quatro autores membros do Opficio di letteratura potenziale (Brunella Eruli, Elena Addòmine, Paolo Albani e Raffaele Aragona) vieram ao Brasil para uma semana de vários eventos, com oficinas em escolas e espaços públicos, apresentações teatrais, um grande evento, enfim, apoiado pelas embaixadas da França e da Itália.
Como na época eu já tinha começado a estudar o Oubapo, convidei o Tiago Elcerdo para me ajudar a organizar uma exposição no Hall da Academia Brasileira de Letras. Na época eu não imaginava como essa ideia de restrição atrairia autores, e a resposta foi bastante positiva: com texto de abertura de Arnaldo Branco, também participaram com desenhos Alex Vieira, Allan Sieber, André Dahmer, Andrei Duarte, Caio Gomez, Daniel Lafayette, Eduardo Arruda, Fabiane Langona, Fábio Lyra, Fábio Zimbres, Gregorio Marangoni, Igor Machado, Laerte Coutinho, Leonardo, Leonardo Pascoal, LTG, Pablo Mayer, Rafael Polon, Rafael Sica, Stêvz. Um monte de gente boa, que contribuiu generosamente com uma página desenhada para a tal exposição – que ficou apenas uma semana na ABL.



Eu não tinha percebido o que aqueles autores perceberam nas restrições Oubapianas, algo que Alexandre Lourenço me explicou recentemente: os exercícios oubapianos ajudam a pensar estratégias de criação de histórias mais longas. Algo que os autores já fazem instintivamente ao copiar elementos de uma história ou autor que eles gostam, e acabam reutilizando em suas práticas. Oubapo dá um nome a uma série de princípios criativos, que vão ajudar o desenvolvimento de narrativas curtas ou mais longas.




Já naquela época, os coletivos recém-nascidos Samba e Beleléu usavam explicitamente as ideias de restrição, tanto que os respectivos coletivos aparecem citados no último compêndio oficial do Oubapo, o Oupus 6, na árvore de restrições elaborada por Étienne Lécroart. (Pedro Moura destrinchou o livro do coletivo aqui).



Segue aqui, portanto,
um pequeno inventário restrições à l’Oubapo usadas por autores brasileiros de forma consciente ou não
Ou:
alguns exemplos de restrições a serem reutilizadas por autores futuros.







Na prática
Na Bienal de Quadrinhos de Curitiba, Lielson Zeni e eu oferecemos uma “oficina de quadrinhos para quem não sabe desenhar”. Ainda preciso organizar e pedir aos participantes os resultados dos trabalhos, por enquanto vai aqui o exemplo da Lauren Nascimento: era para fazer um “exercício de estilo”, buscar um gênero ou autor e copiar em 3 quadros. No caso, ela se baseou no estilo Daniel Lafayette para contar uma historinha do Covid Triste.

Criação
No retorno da presente coluna, deixo a vocês a liberdade de escolher uma das restrições apresentadas acima para tentar experimentar. Separe seus materiais de desenho e vamos lá:
1,
2,
3…
já!
No aguardo da sua produção!
(Pode postar imagem/link abaixo ou enviar para: kamiquase@gmail.com)
Um comentário em “[1, 2, 3… já!] Oubapo.BR”